Passo cada segundo do meu
dia me jurando ser indiferente com você. Você fala comigo, eu cumpro a
promessa. Você não entende, pergunta se eu tô chateada e o que aconteceu. Respondo
que não foi nada. E penso: “só tô cansada de você, de nós, de tudo isso. Tô de
partida, malas feitas, mesmo você não acreditando.” Pra não me cansar mais
ainda, paro no 'Não foi nada'. E você sai, irritado e com um "tchau"
que eu odeio mais que tudo. Mas já não importa, tchau pra você também. Afinal,
nada pode ser mais difícil do que ficar na situação que eu tô a tanto tempo.
Ser indiferente vai ser fácil. Dor é normal, se não for forte, eu já nem sinto
mais. Sempre te tratei melhor que todos os outros, e o que você faz que te
torna melhor que eles? Seguindo essa lógica, teria o direito de te tratar até
mal. Mas não sou assim, uma pena. Acontece que agora eu não dou mais o meu
melhor pra quem me tão dá pouco. Não corro mais atrás de quem não dá um passo por mim.
Não faço questão de alguém que sabe que eu tô louca de saudades e não move um
dedo pra me ver, vem apenas numa droga de bate-papo e fala "E ai". Te
acostumei muito mal, mas agora vou desacostumar. Porque meu medo de ter perder,
se transformou em objetivo, então nada me prende. E se ir te matando aos poucos
levar um pedaço de mim, que leve. Porque a dor de você na minha vida me afeta
inteira e isso eu não aguento mais.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Meu mistério
Me entender é para poucos.
Tem que ser pelo coração, e tem que ser com a minha permissão. Não me esforço
nem um pouco para fazer sentido. Gosto da dúvida, de nem eu mesma saber meu
próximo passo. O que eu mais quero agora pode durar algumas horas, alguns anos,
quem sabe? Só me explico pra mim mesma, e, ainda assim, não me entendo. Quem sou eu? O que eu quero da vida? O que eu tanto
espero das pessoas? E o que eu desespero? Queria poder responder pelo menos uma
pergunta, facilitar minha vida, estar à frente de mim. Demoro muito tempo pra
tomar uma decisão, mas aí eu posso afirmar: decisão tomada não tem volta.
Talvez minha certeza seja não ter certeza, minha resposta seja não ter
resposta. Talvez meu mistério, que eu sempre quis ter, seja exatamente esse:
ser um ponto de interrogação junto a uma exclamação. Falo sobre mim, meus
amores e desamores com desconhecidos, sem tabus, sem problemas. Conto meus
sonhos, minhas histórias, minhas ideologias. Aí me lembro que não tô sendo nada
misteriosa, mas já foi, sou mais rápida que isso. Só que, veja bem, mistério é
muito relativo, muito pessoal. E, mesmo contando minha vida pra uma amiga ou um
cara no bar, eu sou o mistério de ser hoje e só. Amanhã, já sou outra, nem eu
me reconheço e então, recomeço.
Liberdade de um sorriso
E eu já tinha me esquecido
como era bom sentir saudade e ficar pensando com um sorriso idiota em alguém
que não me faz sofrer. Como era bom esse sorriso continuar sendo sorriso antes,
durante e depois. Tinha esquecido como era leve e doce não ter que sentir o sal
das minhas lágrimas, manchando meus planos e esperanças de um futuro bom. Faz pouco tempo que
lembrei, ou percebi, que sofrer era opcional e não destino. Que só eu mesma podia me libertar, já que fui eu que me prendi. E foi aí que me libertei.
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